A Vida é Agora (2021)

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Abertura: Um Encontro Inusitado
O filme começa mostrando Charlie Berns (Billy Crystal), um roteirista de comédia veterano que já fez muito sucesso, mas que hoje vive um momento de desgaste pessoal e profissional. Charlie começa a lidar com lapsos de memória, o que o preocupa cada vez mais. Para tentar se distrair, ele participa de um almoço beneficente, onde um convite permite que fãs se encontrem com artistas. É lá que ele conhece Emma Payge (Tiffany Haddish), uma jovem cantora e humorista em ascensão.

O encontro não acontece como planejado — Emma não sabia exatamente quem era Charlie, e o clima entre os dois é inicialmente estranho, cheio de humor desconfortável. Mas, dessa relação inusitada, nasce uma amizade que transforma a vida de ambos.

A Amizade entre Charlie e Emma
Apesar da diferença de idade e de estilo de vida, Charlie e Emma passam a conviver cada vez mais. Emma é vibrante, espontânea e cheia de energia, enquanto Charlie é mais contido e analítico, marcado pela experiência e pelos traumas do passado.

Emma começa a acompanhar Charlie em compromissos, inclusive no trabalho como roteirista de televisão. Com sua irreverência, ela o ajuda a enxergar a vida de outra forma, trazendo leveza e riso para dias que estavam se tornando cada vez mais pesados. Por outro lado, Charlie se torna uma espécie de mentor e figura paterna para Emma, que aprende com sua sabedoria e humanidade.

O Passado de Charlie
Conforme a amizade cresce, Emma começa a conhecer melhor a vida de Charlie. Ele revela ter sido casado com Carrie (Louisa Krause), com quem teve dois filhos: Rex (Penn Badgley) e Francine (Laura Benanti). O casamento terminou e a relação com os filhos se tornou distante, marcada por mágoas antigas e uma comunicação quebrada.

Além disso, Charlie enfrenta uma batalha silenciosa contra o avanço da demência. Seus lapsos de memória começam a se intensificar, afetando sua rotina, seu trabalho e seus relacionamentos. Emma, ao perceber isso, se torna um grande apoio emocional para ele, mesmo sem estar preparada para lidar com o peso da doença.

Conflitos Familiares
A doença de Charlie também afeta sua relação com os filhos. Rex e Francine, preocupados com a saúde do pai, se mostram reticentes em relação à presença de Emma em sua vida. Para eles, a amizade parece improvável, e chegam a desconfiar das intenções dela, acreditando que Charlie pode estar sendo enganado ou manipulado.

Com o tempo, no entanto, Emma prova sua lealdade e carinho genuíno. Ela não está ali por interesse, mas porque realmente valoriza Charlie e deseja que ele aproveite seus dias com alegria. A relação difícil com os filhos não é resolvida facilmente, mas começa a se abrir espaço para diálogos e reconciliação.

A Arte e a Memória
Mesmo com a memória falhando, Charlie insiste em continuar escrevendo. Para ele, a escrita é uma forma de manter viva a sua identidade, resistindo ao esquecimento que a demência traz. Emma o incentiva, o acompanha em ensaios e até o ajuda a lidar com situações constrangedoras em que os lapsos de memória aparecem em público.

Há momentos tocantes em que Charlie relembra histórias do passado, misturando lembranças felizes e dolorosas, sempre com a consciência de que pode perdê-las a qualquer momento. Esses instantes revelam a fragilidade do ser humano diante do tempo, mas também a importância de viver plenamente o presente.

Clímax: A Realidade da Doença
O ponto mais dramático do filme ocorre quando a saúde de Charlie piora e ele não consegue mais esconder os sintomas. Seus filhos precisam encarar de frente a condição do pai e decidir como lidar com ela. Emma, já profundamente ligada a Charlie, se torna o grande pilar de apoio.

Em uma cena especialmente emocionante, Charlie reconhece que sua mente não será a mesma e que o tempo é limitado. Ele valoriza cada instante que ainda pode compartilhar com Emma e com os filhos, reforçando a mensagem central do filme: o agora é o que realmente importa.

Encerramento: O Valor do Presente
O filme termina de maneira doce e reflexiva. Charlie encontra paz ao se reconectar, ainda que de forma parcial, com sua família, enquanto Emma reafirma que estará ao seu lado até o fim. Embora não haja uma solução milagrosa para a doença, o que fica é a certeza de que os laços humanos — amizade, amor e memória compartilhada — são mais fortes que qualquer esquecimento.

A Vida é Agora (2021) encerra com uma mensagem poderosa sobre o valor do presente, mostrando que, mesmo diante das perdas inevitáveis, é possível encontrar alegria, conexão e sentido em cada momento vivido.

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