Abertura: Infância e Talento de Katherine
O filme começa apresentando Katherine Coleman ainda criança em West Virginia, destacando sua genialidade precoce em matemática. Professores reconhecem seu talento e a incentivam a avançar para níveis de estudo muito além de sua idade. Essa introdução estabelece a base da personagem, mostrando como desde cedo ela se destaca em um ambiente que, devido à segregação racial, não oferece as mesmas oportunidades para todos.
A NASA e a Divisão Segregada
Nos anos 1960, o filme muda o foco para Hampton, Virginia, durante a corrida espacial entre Estados Unidos e União Soviética. Somos apresentados a três mulheres negras brilhantes que trabalham na NASA:
- Katherine Johnson (Taraji P. Henson), matemática de habilidades extraordinárias.
- Dorothy Vaughan (Octavia Spencer), supervisora de fato, mas sem reconhecimento oficial.
- Mary Jackson (Janelle Monáe), engenheira talentosa que enfrenta barreiras legais para exercer sua profissão.
Todas trabalham no setor de "computadores humanos", mulheres que faziam cálculos à mão antes da chegada dos computadores eletrônicos. No entanto, elas são obrigadas a trabalhar em um prédio segregado, com banheiros, cantina e espaços separados para negros e brancos.
A Chegada ao Grupo de Cálculo Espacial
Katherine é designada para o grupo de cálculos da missão espacial, liderado por Al Harrison (Kevin Costner). Ela passa a trabalhar com engenheiros brancos, sendo a única mulher negra naquele ambiente. Desde o início enfrenta olhares de desconfiança, preconceito e barreiras sutis e explícitas.
Um dos obstáculos mais humilhantes é a distância que precisa percorrer para usar o banheiro exclusivo para negros, a quase um quilômetro de seu escritório, o que consome grande parte do seu tempo de trabalho.
O Conflito de Mary Jackson
Paralelamente, Mary Jackson se destaca em sua função, mas para ser promovida a engenheira oficial precisa cursar disciplinas de engenharia em uma escola exclusiva para brancos. Ela entra em um processo judicial para garantir o direito de frequentar as aulas. Diante de um juiz, Mary faz uma defesa emocional e estratégica, pedindo que ele seja o primeiro a “abrir uma porta para mudanças”. O juiz concede a permissão, marcando uma vitória importante contra as barreiras raciais.
Dorothy Vaughan e o IBM
Enquanto isso, Dorothy Vaughan percebe que a NASA está instalando um computador IBM, que pode tornar obsoletas as funções das "computadoras humanas". Antecipando o futuro, ela aprende sozinha programação em FORTRAN e ensina às colegas do setor. Quando a equipe branca responsável pelo IBM não consegue fazê-lo funcionar, Dorothy intervém, resolve o problema e assegura não só sua própria posição como também o futuro das outras mulheres negras. Mais tarde, ela recebe a promoção oficial para supervisora.
A Batalha de Katherine pelo Reconhecimento
Katherine enfrenta constantemente a resistência de colegas como Paul Stafford (Jim Parsons), que a menospreza e a impede de assinar relatórios. Mesmo assim, ela prova seu valor ao resolver cálculos complexos e cruciais para as missões espaciais.
Em um dos momentos mais tensos, Harrison descobre o motivo das frequentes ausências de Katherine: a distância até o banheiro segregado. Em um gesto simbólico, ele destrói a placa que separava os banheiros de “brancos” e “negros”, afirmando que "na NASA todos urinam da mesma cor". Esse ato marca uma quebra de barreira e dá mais dignidade ao trabalho de Katherine.
Romance e Vida Pessoal
Além da carreira, o filme também mostra a vida pessoal de Katherine, viúva e mãe de três filhas. Ela conhece o militar Jim Johnson (Mahershala Ali), com quem inicialmente tem conflitos devido a preconceitos dele quanto ao trabalho das mulheres em ciência. Com o tempo, eles se apaixonam e acabam se casando, dando a Katherine um apoio emocional importante.
A Corrida Espacial Aquece
Com os soviéticos avançando e lançando Yuri Gagarin ao espaço, a pressão aumenta na NASA. Katherine é fundamental para calcular as janelas de reentrada das cápsulas espaciais. Sua precisão e confiança tornam-se indispensáveis.
Durante o projeto da missão Mercury-Atlas 6, que levaria John Glenn (Glen Powell) à órbita da Terra, os engenheiros hesitam em confiar totalmente nos cálculos do recém-implementado computador IBM. Glenn, que confia em Katherine, pede explicitamente: “Peçam para a garota verificar.” Ela confirma os números, garantindo a segurança da missão.
O Clímax: John Glenn em Órbita
A missão de Glenn se torna um sucesso, e Katherine é diretamente responsável por garantir que a cápsula pudesse retornar em segurança. Esse é o ponto de consagração do trabalho dela e de suas colegas, mostrando como suas contribuições foram essenciais para o triunfo americano na corrida espacial.
Desfecho e Legado
O filme termina mostrando que:
- Katherine Johnson permaneceu na NASA por décadas, recebendo mais tarde a Medalha Presidencial da Liberdade.
- Mary Jackson se tornou a primeira engenheira negra da NASA.
- Dorothy Vaughan se consolidou como supervisora e pioneira na área de computação.
O epílogo enfatiza que essas três mulheres foram invisíveis por muito tempo, mas desempenharam papéis fundamentais em uma das maiores conquistas tecnológicas da humanidade.
.jpg)