Abertura: A Vida Caótica de Dona Hermínia
O filme começa apresentando Dona Hermínia (Paulo Gustavo), uma mulher de meia-idade, divorciada, faladeira e cheia de energia, que vive no Rio de Janeiro. Ela é mãe de dois filhos já crescidos: Marcelina (Mariana Xavier) e Juliano (Rodrigo Pandolfo). Hermínia aparece cuidando da casa, reclamando do comportamento dos filhos e ao mesmo tempo tentando controlar cada detalhe da vida deles, mostrando logo de início sua personalidade intensa, carismática e exagerada.
O Conflito com os Filhos
O primeiro grande ponto da trama surge quando Hermínia descobre, por acaso, que seus filhos a consideram uma mãe “chata e insuportável”. Ela fica profundamente magoada, mas em vez de confrontá-los diretamente, decide sair de casa sem avisar, deixando os filhos sozinhos. Esse abandono repentino é o estopim da narrativa. Marcelina e Juliano, apesar de aliviados no começo, logo percebem a falta que a mãe faz e se veem desorientados com a ausência dela.
Refúgio na Casa da Tia Zélia
Hermínia decide se refugiar na casa de sua irmã Zélia (Heloísa Périssé), com quem tem uma relação de amor e alfinetadas. Zélia é o contraponto da protagonista: mais equilibrada, prática e crítica em relação às atitudes da irmã. É nesse espaço que Hermínia começa a refletir sobre sua vida, seus erros e seu papel como mãe. Enquanto isso, os filhos, sem a mãe por perto, enfrentam pequenas dificuldades cotidianas que evidenciam a importância dela.
O Passado e o Ex-Marido
O filme intercala momentos de comédia com lembranças do passado de Hermínia. Ela fala com amargura e sarcasmo sobre o ex-marido, Carlos Alberto (Herson Capri), que a deixou para ficar com outra mulher, a elegante e “perfeita” Soraia (Ingrid Guimarães). Esses flashbacks ajudam a contextualizar o ressentimento de Hermínia e a explicar seu jeito superprotetor e crítico com os filhos. Há também momentos hilários em que ela contrasta seu estilo espalhafatoso com o refinamento de Soraia.
A Redescoberta de Si Mesma
Longe dos filhos, Hermínia começa a viver um pouco para si mesma. Ela se permite descansar, rir, conversar com Zélia e até se reaproximar de pessoas de sua juventude. Em suas reflexões, reconhece que exagera muitas vezes, mas também reforça para si que tudo o que faz é por amor aos filhos. Essa parte do filme combina humor com emoção, criando uma ponte para o clímax da história.
A Revelação dos Filhos
Enquanto isso, Marcelina e Juliano passam a perceber que a mãe, mesmo com seus exageros, é a base da família. Eles recordam momentos bons, as broncas que no fundo tinham carinho, e começam a sentir a falta da presença dela. Esse processo culmina no entendimento de que, apesar dos defeitos, Hermínia é insubstituível.
O Retorno de Dona Hermínia
No ponto alto do filme, Hermínia volta para casa e reencontra os filhos. O reencontro é carregado de emoção: os dois pedem desculpas por tê-la chamado de chata e reconhecem a importância dela em suas vidas. Hermínia, por sua vez, também demonstra que compreendeu melhor o lugar dos filhos como adultos em crescimento, ainda que continue sendo a mãe superprotetora e cheia de opiniões.
Conclusão: O Amor Imperfeito e Verdadeiro
O filme termina com uma mistura de comédia e emoção. Hermínia continua sendo quem é — exagerada, barulhenta, controladora —, mas o laço com os filhos sai fortalecido. A mensagem final é clara: por trás das brigas e dos exageros, existe um amor incondicional que mantém a família unida. O desfecho deixa claro que, apesar das diferenças, mãe e filhos se completam, e Hermínia, com todos os seus defeitos, é insubstituível.