Não Vamos Pagar Nada (2020)

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Abertura: O Caos no Supermercado
O filme começa apresentando Antônia (Samantha Schmütz), uma mulher de origem humilde que vive em um bairro popular e enfrenta dificuldades para pagar suas contas. Ao ir ao supermercado, ela se depara com os preços dos produtos absurdamente altos, que aumentaram de forma abusiva de um dia para o outro. Revoltada, Antônia começa a protestar contra os valores, chamando a atenção de outras donas de casa que também se sentem injustiçadas.

O clima esquenta, e a indignação coletiva transforma-se em revolta. As mulheres, lideradas por Antônia, iniciam uma espécie de motim no supermercado, pegando produtos sem pagar, alegando que não vão mais aceitar aquela exploração. A cena inicial já estabelece o tom de crítica social e a mistura de comédia e caos que marcará toda a narrativa.

A Reação da Comunidade
Com as sacolas cheias de mantimentos, Antônia e suas vizinhas fogem do supermercado, temendo a polícia. No caminho de volta para casa, elas tramam como esconder as compras e evitar que os maridos — mais conservadores e submissos às regras — descubram o que aconteceu.

Entre risadas e discussões, surge o primeiro grande desafio: justificar como conseguiram tanta comida sem dinheiro. Antônia tenta convencer as amigas de que devem se unir para não deixar que ninguém descubra a verdade, especialmente a polícia.

O Conflito com os Maridos
Em casa, Antônia enfrenta seu marido, João (Edmilson Filho), um homem trabalhador, mas extremamente obediente às leis e ao sistema. Ele acredita que sempre se deve seguir as regras, mesmo que injustas, e não consegue aceitar a ideia de que sua esposa tenha participado de um "saque".

Enquanto isso, outras vizinhas também tentam esconder as compras dos próprios maridos. Para não levantar suspeitas, algumas inventam desculpas absurdas, como uma suposta promoção relâmpago ou ajuda de conhecidos. O contraste entre a ousadia das mulheres e o conservadorismo dos homens gera uma série de situações cômicas.

A Polícia em Ação
A confusão ganha proporções maiores quando a polícia é chamada para investigar o saque ao supermercado. Dois policiais caricatos passam a circular pelo bairro, desconfiando dos moradores e tentando arrancar informações sobre os produtos roubados.

A presença policial cria tensão, mas também rende momentos de humor, já que os agentes se mostram trapalhões e, muitas vezes, mais interessados em resolver seus próprios problemas do que realmente em aplicar a lei.

A Rede de Solidariedade
Mesmo com o medo da repressão, a comunidade começa a perceber que a revolta das mulheres tem fundamento. A dificuldade em colocar comida na mesa e a exploração nos preços não são problemas individuais, mas coletivos. Assim, aos poucos, os vizinhos vão se solidarizando e ajudando a esconder as mercadorias.

Esse espírito de união fortalece Antônia como liderança do grupo, mostrando que a luta não é apenas dela, mas de todos que sofrem com as injustiças do sistema.

O Caos se Intensifica
À medida que a investigação avança, os maridos ficam cada vez mais pressionados pelas desculpas mal elaboradas das esposas. João, em especial, entra em um dilema moral: de um lado, sua rigidez em obedecer às leis; de outro, a fome e a necessidade real de sua família.

O filme usa esse conflito para reforçar a crítica ao sistema econômico desigual, ao mesmo tempo em que gera situações cômicas, como quando as mulheres inventam novas mentiras absurdas para justificar a fartura repentina de comida.

O Confronto Final
No clímax da história, a polícia decide agir de forma mais agressiva, pressionando os moradores a revelar onde estão os produtos. O bairro inteiro entra em alvoroço, e o confronto entre autoridades e população se torna inevitável.

Antônia, porém, não recua. Ela enfrenta tanto os policiais quanto o próprio marido, defendendo que roubar dos ricos que exploram os pobres não é crime, mas um ato de sobrevivência e justiça.

O Desfecho
No fim, a repressão policial não consegue abalar a união da comunidade. Os moradores se mantêm juntos, protegendo uns aos outros e reafirmando a ideia de que não aceitarão mais ser explorados.

João, depois de muita resistência, finalmente percebe a força e a razão da luta de sua esposa. Embora não se torne um rebelde como ela, admite que não há justiça em seguir leis que só favorecem os poderosos.

O filme termina em tom de sátira, reforçando sua crítica social, mas também deixando uma mensagem de esperança: quando a comunidade se une, é possível enfrentar até os sistemas mais injustos.

Conclusão
Não Vamos Pagar Nada (2020) mistura humor, caos e crítica social em uma trama que questiona os abusos econômicos e a desigualdade no Brasil. Através da jornada de Antônia e sua comunidade, o longa escancara o absurdo da exploração e exalta a solidariedade popular como forma de resistência.

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