O Caminho para El Dorado (2000)

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Abertura: O Mito de El Dorado
O filme começa narrando a lenda de El Dorado, a mítica Cidade do Ouro, adorada pelos povos indígenas e desejada pelos exploradores. Uma introdução épica mostra a grandiosidade dessa civilização, com sua riqueza e devoção aos deuses. É estabelecida a ideia de que essa cidade é uma promessa de poder, mistério e tesouro incalculável — mas também de perigo para aqueles que ousarem buscá-la.

Dois Trapaceiros em Sevilha
A narrativa corta para a Espanha do século XVI, onde conhecemos os protagonistas: Tulio (dublado por Kevin Kline no original e Márcio Simões na versão brasileira) e Miguel (dublado por Kenneth Branagh no original e Alexandre Moreno no Brasil). Eles são dois vigaristas carismáticos, parceiros inseparáveis que vivem de trambiques, jogos de azar e pequenas trapaças.

Durante uma partida de dados em Sevilha, eles usam um dado viciado para enganar marinheiros, mas o esquema é descoberto. Na confusão, eles roubam um mapa antigo que indica a localização de El Dorado. Perseguidos pela guarda, acabam se escondendo e, sem querer, são levados como clandestinos para bordo da nau de Hernán Cortés, o conquistador espanhol em busca de novas terras.

A Fuga da Expedição
Tulio e Miguel logo percebem que estão em apuros: se forem descobertos como clandestinos, serão punidos severamente. A situação piora quando Altivo, o cavalo de Cortés, os denuncia com relinchos. Acabam presos, mas conseguem escapar em um pequeno bote durante a viagem. A fuga é dramática, em mar aberto, em meio a tempestades e perigos. Ao lado de Altivo, que acaba indo com eles, os dois acabam à deriva até alcançarem terra firme.

A Chegada à Floresta Misteriosa
Na nova terra, cheia de paisagens exóticas e florestas densas, Tulio e Miguel se surpreendem ao reconhecer pontos que batem com o mapa roubado. Entre brincadeiras e discussões, eles acabam tropeçando em sinais de que realmente podem ter encontrado o lendário caminho para El Dorado.

No meio da jornada, conhecem Chel, uma jovem indígena astuta que tenta enganá-los, mas logo se alia a eles ao perceber que os dois podem ajudá-la a escapar de sua vida restrita na cidade. É ela quem os guia até os portões de El Dorado.

A Cidade de Ouro
Quando chegam, Tulio e Miguel ficam maravilhados: El Dorado é de fato real, com templos dourados, riquezas imensas e uma cultura vibrante. Eles são confundidos com deuses pela população local, devido a coincidências e mal-entendidos — como o cavalo Altivo ser visto como uma criatura mítica.

O governante da cidade, Chefe Tannabok, os acolhe com reverência, acreditando que eles vieram do céu. Já o sacerdote Tzekel-Kan, mais fanático, enxerga nos “deuses” a chance de ganhar poder e impor seus rituais de sacrifício.

O Conflito Religioso
Enquanto Tulio e Miguel se divertem com as mordomias de serem tratados como divindades, logo percebem a tensão entre Tannabok, que governa com equilíbrio, e Tzekel-Kan, que deseja sangue e sacrifícios humanos. Os dois trapaceiros ficam no meio desse embate: precisam manter a farsa, mas sem permitir que inocentes sejam mortos.

Em uma cena marcante, Miguel — mais idealista e empolgado com a cultura local — interfere em um ritual para evitar um sacrifício. Isso aumenta a devoção popular, mas também fortalece a obsessão de Tzekel-Kan de que eles realmente são deuses.

A Crise na Amizade
Enquanto Miguel se encanta pela vida em El Dorado, participando das festividades e sentindo-se parte do povo, Tulio se concentra em um plano: encher um barco de ouro e retornar para a Espanha rico. Chel, que tem uma conexão romântica com Tulio, apoia esse plano, mas o clima gera atrito entre os dois amigos.

Miguel sente que Tulio só pensa em dinheiro e não valoriza a experiência única que estão vivendo, enquanto Tulio acusa Miguel de sonhador ingênuo. Essa divisão coloca em risco não só a amizade, mas também o sucesso da farsa.

A Queda da Farsa
Tzekel-Kan, cada vez mais desconfiado, desafia os “deuses” a demonstrar seu poder em um jogo cerimonial de bola. Tulio e Miguel, com Chel e Altivo ajudando, conseguem vencer com muita trapaça e improviso. Mas em um acidente, Tzekel-Kan vê que eles sangram — algo que deuses não deveriam fazer.

Convencido de que eles são impostores, o sacerdote começa a planejar sua vingança. Enquanto isso, Cortés e sua frota se aproximam cada vez mais da região, representando uma ameaça iminente à cidade secreta.

A Decisão e o Sacrifício
Tzekel-Kan trai seu povo e guia Cortés até El Dorado, esperando que a chegada dos espanhóis confirme sua busca por poder. Tulio e Miguel, percebendo o perigo, entendem que não podem mais fugir com o ouro: precisam salvar a cidade.

O plano final é ousado: usar um barco dourado como isca e bloqueio para selar a entrada de El Dorado, destruindo a passagem que poderia levar Cortés até lá. Durante a execução, Miguel decide ficar com o povo, enquanto Tulio parte no barco com Chel. A separação parece definitiva.

O Clímax: A Fuga
No último momento, porém, Miguel se junta a Tulio, e os dois, com a ajuda de Chel e Altivo, conseguem realizar o plano. O barco dourado é destruído, a passagem é bloqueada e El Dorado permanece escondida do mundo exterior. Embora tenham perdido toda a riqueza que sonhavam levar, eles ganham algo mais valioso: sua amizade renovada e a promessa de novas aventuras.

O Epílogo: Novos Caminhos
Na cena final, Tulio, Miguel, Chel e Altivo partem juntos pela floresta, sem destino certo, mas unidos. Eles podem não ter levado o ouro de El Dorado, mas continuam em busca de liberdade, diversão e, talvez, novos golpes. A amizade, testada pelo ouro e pela aventura, sai fortalecida.
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