Abertura: A Criança na Selva
O filme começa com a narração de uma história contada através de um livro que se abre, recurso clássico da Disney nos anos 50 e 60. O narrador nos apresenta a selva da Índia, onde uma pantera chamada Baguera encontra um bebê humano abandonado em uma cesta próxima a um rio. Tocada pela situação, Baguera leva o bebê a uma família de lobos, que o acolhe e passa a criá-lo como se fosse um dos seus filhotes. O menino é batizado como Mogli. Essa introdução já estabelece o grande conflito da trama: um ser humano crescendo em um mundo de animais selvagens.
A Ameaça de Shere Khan
O tempo passa e Mogli cresce feliz na alcateia. Porém, a paz da floresta é ameaçada quando a notícia se espalha de que Shere Khan, o temido tigre de bengala, retornou àquela parte da selva. Shere Khan odeia os homens e promete matar qualquer humano que encontrar. Diante disso, os lobos se reúnem em conselho e decidem que Mogli deve ser levado de volta à aldeia dos homens, para sua própria segurança e para proteger a alcateia da ira do tigre. Baguera se oferece para escoltar o menino durante a perigosa jornada.
Primeiros Obstáculos: Kaa, a Serpente
Logo no início da viagem, Mogli mostra-se teimoso e insiste que não quer deixar a selva. Durante uma noite, ele é hipnotizado pela serpente Kaa, que tenta devorá-lo. A sequência é marcada pela música e pelos movimentos hipnóticos dos olhos da cobra. Apesar do perigo, Mogli consegue escapar com a ajuda de Baguera. Essa cena reforça o caráter inocente e inconsequente do menino, que ainda não entende os perigos reais que o cercam.
O Encontro com o Urso Balú
Cansado da viagem e contrariado com a decisão dos lobos, Mogli acaba se separando de Baguera e conhece o despreocupado urso Balú, que se torna seu grande amigo. Balú ensina a Mogli seu lema de vida, representado na famosa canção “Somente o Necessário”, uma das músicas mais icônicas do filme. Diferente de Baguera, que é cautelosa e protetora, Balú representa a liberdade, a diversão e a vida sem responsabilidades. O contraste entre as duas figuras adultas marca o conflito central: viver eternamente como uma criança despreocupada ou aceitar o destino de crescer e assumir responsabilidades.
O Sequestro pelos Macacos e o Rei Louie
Enquanto Mogli se diverte com Balú, ele é sequestrado por um grupo de macacos barulhentos que o levam ao seu líder, o extravagante Rei Louie, um orangotango que sonha em ser como os homens. Louie acredita que, aprendendo o segredo do “fogo”, poderá se tornar humano. Ele canta a contagiante música “Quero Ser Como Você”, tentando convencer Mogli a revelar como acender fogo. Porém, o menino não sabe. A situação termina em caos quando Baguera e Balú invadem o templo em ruínas dos macacos para resgatá-lo. Após uma fuga cômica e desastrosa, o grupo consegue escapar.
O Conflito com Balú e Baguera
Após o resgate, Baguera insiste que Mogli deve continuar seu caminho até a aldeia dos homens, mas Balú, que já se afeiçoou ao garoto, discorda. Entretanto, depois de uma conversa séria com Baguera, Balú entende que Shere Khan realmente representa uma ameaça mortal para Mogli. Com dor no coração, Balú tenta convencer o menino a aceitar seu destino. Mogli, ao ouvir isso, sente-se traído e foge, decidido a provar que pode viver sozinho na selva.
A Chegada de Shere Khan
Na fuga, Mogli encontra novamente Kaa, que mais uma vez tenta hipnotizá-lo, mas é interrompido pela chegada de Shere Khan. O tigre demonstra sua personalidade fria, elegante e ameaçadora, declarando que caçará o menino até a morte. Enquanto isso, Baguera e Balú o procuram desesperadamente, conscientes de que o confronto se aproxima.
A Batalha Final
O clímax ocorre quando Mogli finalmente encontra Shere Khan face a face. Balú chega para defendê-lo, lutando bravamente contra o tigre, mas é dominado e fica gravemente ferido. O destino muda quando um raio atinge uma árvore próxima, provocando fogo. Mogli amarra uma tocha ardente à cauda de Shere Khan, que entra em pânico e foge, derrotado pelo único elemento que ele teme: o fogo do homem. Essa vitória simboliza a inteligência e a coragem de Mogli, mas também o poder do homem sobre a natureza.
O Desfecho: A Menina da Aldeia
Após a batalha, Mogli está determinado a permanecer na selva com Balú e Baguera. Porém, ao chegar perto da aldeia dos homens, ele vê uma menina cantando à beira de um rio. Fascinado e curioso, Mogli a segue, levando um jarro de água para ela. A canção dela fala de rotina, família e lar — tudo o que Mogli nunca conheceu. Atraído pelo encanto humano e pelo chamado do seu verdadeiro destino, ele decide entrar na aldeia. Balú, entristecido mas resignado, aceita que essa era a escolha inevitável. Baguera conclui que, afinal, Mogli encontrou seu lugar.
Encerramento: O Ciclo da Vida
O filme termina com Balú e Baguera voltando juntos para a selva, discutindo e brincando como velhos amigos. Mogli, por sua vez, inicia uma nova vida na aldeia humana, aceitando sua identidade e marcando a transição da infância para a maturidade. A narrativa fecha em tom otimista, equilibrando a melancolia da separação com a ideia de crescimento e pertencimento.
