Abertura: O Homem e o Átomo
O filme começa com cenas abstratas de energia, partículas e reações atômicas, simbolizando a mente de J. Robert Oppenheimer (Cillian Murphy). Já adulto, ele aparece como um jovem estudante nos anos 1920, brilhante, mas atormentado, enfrentando crises de ansiedade e ideias intensas. Oppenheimer é mostrado em sua juventude em Cambridge, onde trava contato com físicos de ponta, mas também se sente deslocado, impulsivo e com dificuldades sociais.
Formação e Primeiros Passos
Depois de episódios de instabilidade, Oppenheimer viaja para a Alemanha, onde se aprimora academicamente em Göttingen, convivendo com nomes importantes da física quântica como Niels Bohr. Essa fase mostra sua transição de um estudante rebelde para um físico de renome internacional. Ao retornar aos Estados Unidos, ele começa a lecionar em Berkeley e em Caltech, conquistando alunos e colegas com seu carisma e brilhantismo.
A Ascensão Acadêmica e a Vida Pessoal
O filme intercala momentos de sua ascensão como professor com aspectos de sua vida pessoal: sua relação com Jean Tatlock (Florence Pugh), médica e militante comunista, e o início de sua relação com Kitty Oppenheimer (Emily Blunt), com quem acaba se casando. Jean representa sua paixão e instabilidade, enquanto Kitty simboliza sua vida familiar, mesmo marcada por tensões e dificuldades de adaptação.
O Convite de Leslie Groves
Com a Segunda Guerra Mundial em andamento, Oppenheimer é procurado pelo general Leslie Groves (Matt Damon), responsável por liderar o Projeto Manhattan, uma missão ultrassecreta para desenvolver a bomba atômica antes que os nazistas conseguissem. Apesar de suas ligações com simpatizantes comunistas, Oppenheimer é escolhido por sua genialidade e capacidade de liderança. Ele aceita o desafio, enxergando nele um propósito histórico.
Los Alamos: A Cidade do Projeto Manhattan
Oppenheimer organiza uma comunidade científica no meio do deserto do Novo México: Los Alamos. Ali, reúne algumas das maiores mentes do mundo, como Edward Teller, Ernest Lawrence, Richard Feynman e Niels Bohr. O filme mostra os debates intensos, as pressões militares e a corrida contra o tempo. Enquanto isso, cresce a desconfiança do governo sobre os vínculos de Oppenheimer com comunistas, sobretudo por causa de Jean Tatlock e de colegas acadêmicos.
O Peso da Criação
O projeto avança e, com ele, o peso moral sobre Oppenheimer. Ele entende que está criando algo capaz de alterar o destino da humanidade. São mostradas cenas de discussões éticas com outros cientistas, principalmente quando o nazismo já não é mais uma ameaça iminente, mas o Japão continua em guerra.
O Teste Trinity
Chega o momento decisivo: o teste Trinity. Na madrugada de 16 de julho de 1945, em Jornada del Muerto, Novo México, cientistas e militares se preparam ansiosos. Oppenheimer, em silêncio, observa enquanto a contagem regressiva começa. A explosão ilumina o deserto em uma cena impactante. Ele cita mentalmente uma passagem do Bhagavad Gita: “Agora me tornei a Morte, o destruidor de mundos.” O clima é de triunfo, mas também de assombro diante do poder da criação humana.
Hiroshima, Nagasaki e o Choque
Apesar do sucesso científico, a decisão de usar as bombas em Hiroshima e Nagasaki é mostrada de maneira indireta, através das reações de Oppenheimer e sua equipe. Ele é retratado abalado, perturbado por imagens e sons que o assombram, como se visse pessoas queimando diante dele. Em uma cena marcante, durante um discurso triunfal em Los Alamos, Oppenheimer imagina a plateia em estado de horror, mostrando como sua mente já não distingue celebração de tragédia.
O Encontro com Truman
Após a guerra, Oppenheimer se encontra com o presidente Harry Truman (Gary Oldman). Ao confessar que sente ter “sangue em suas mãos”, é desprezado pelo presidente, que o vê como fraco. Essa cena reforça o contraste entre a visão moral do cientista e a frieza pragmática do poder político.
O Julgamento e a Perseguição Política
Nos anos 1950, em plena Guerra Fria, Oppenheimer se torna alvo do governo americano, liderado por Lewis Strauss (Robert Downey Jr.), que busca descreditá-lo por suas ligações passadas com comunistas e sua oposição à criação da bomba de hidrogênio. O filme intercala cenas do julgamento administrativo de Oppenheimer, no qual sua lealdade é posta em dúvida, com lembranças de sua carreira e de Los Alamos. Sua vida pessoal também é esmiuçada, expondo seus casos, seus amigos e suas convicções.
A Queda
Oppenheimer é humilhado durante as audiências, perdendo sua autorização de segurança. Cientistas e amigos se dividem, alguns o defendem, outros se calam. Kitty o apoia em momentos-chave, mesmo ressentida com suas falhas como marido. Strauss, em contrapartida, é mostrado em sessões de confirmação no Senado, onde tenta se promover, mas enfrenta resistência, revelando como também foi vítima de sua própria ambição.
O Final: O Destino da Humanidade
Na cena final, Oppenheimer reflete com Albert Einstein sobre o impacto da bomba. Ele lembra que havia temido, antes do teste Trinity, que a explosão pudesse incendiar a atmosfera e destruir o mundo inteiro. O filme termina com imagens de mísseis nucleares modernos, simbolizando que o legado de Oppenheimer persiste. Ele, com olhar vazio, aceita seu papel como criador de uma arma que mudou para sempre o curso da humanidade.